A importância e desafios do Engenheiro de Alimentos no mercado de trabalho
Autor
A importância e desafios do Engenheiro de Alimentos no mercado de trabalho
Publicação
3 de jul. de 2024
No Brasil, várias universidades oferecem o curso de Engenharia de Alimentos, tanto em instituições públicas quanto privadas, com duração de 5 anos. Aqui está uma lista de algumas das principais universidades que possuem o curso:
Universidades Públicas
Universidade de São Paulo (USP)
Campus: Pirassununga e São Paulo
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Campus: Campinas
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Campus: Viçosa
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Campus: Florianópolis
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Campus: Lavras
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Campus: Cuiabá
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Campus: Curitiba
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Campus: Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Campus: Porto Alegre
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Campus: Goiânia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Campus: Natal
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Campus: João Pessoa
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Campus: Pombal
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Campus: Fortaleza
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Campus: Recife
Universidades Privadas
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Campus: Campinas
Universidade Paulista (UNIP)
Vários campi no Brasil
Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT)
Campus: São Caetano do Sul
Universidades Estaduais
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Campus: São José do Rio Preto e Tupã
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Campus: Maringá
Salário Base do Engenheiro de Alimentos
A Lei N.º 4.950-A, de 22 de abril de 1966, estabelece um salário-mínimo base para os profissionais de Engenharia. Para engenheiros que trabalham até seis horas diárias, o piso salarial é de seis vezes o salário-mínimo nacional. Em 2024, esse valor corresponde a R$ 8.472.
No entanto, a realidade muitas vezes é diferente. Algumas empresas não registram seus funcionários como Engenheiros, resultando em uma média salarial inferior ao previsto na legislação.
Além disso, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) não exige a filiação dos profissionais, permitindo que as empresas contratem engenheiros de alimentos recém-formados para cargos de gerente de processos, gestor de qualidade, entre outros. Essas posições muitas vezes não são remuneradas conforme o piso legal. Devido a isso, a média salarial de um engenheiro de alimentos no Brasil está em torno de R$ 3,2 mil, bem abaixo do piso salarial estipulado por lei.
Essa discrepância salienta a necessidade de maior fiscalização e reconhecimento adequado da profissão, garantindo que os Engenheiros de Alimentos recebam salários condizentes com sua formação e responsabilidades.
Funções do Engenheiro de Alimentos
Esse profissional é capacitado para atuar em indústrias de alimentos e bebidas e estabelecimentos de serviço de alimentação, desenvolvendo as seguintes funções:
Desenvolvimento de produtos:
Criação de novos produtos alimentícios, considerando sabor, textura, valor nutricional e vida útil.
Formulação de alimentos inovadores que atendam às necessidades e preferências dos consumidores (Exemplo: produtos para intolerantes à lactose, glúten, alérgicos, produtos zero, diet, light, entre outros).
Controle de qualidade:
Implementação de sistemas de controle de qualidade para garantir que os produtos atendam aos padrões de segurança alimentar.
Realização de testes e análises laboratoriais para detectar possíveis contaminações e assegurar a qualidade dos produtos.
Adequações de acordo com as legislações e normas regulamentadoras especificas para cada seguimento alimentício.
Otimização de processos industriais:
Melhoria dos processos de produção para aumentar a eficiência e reduzir custos.
Implementação de tecnologias avançadas para otimizar a produção e melhorar a qualidade dos alimentos.
Pesquisa e desenvolvimento (P&D):
Participação em projetos de pesquisa para inovação e melhoria contínua dos produtos existentes.
Utilização de novos ingredientes e tecnologias para desenvolver produtos mais saudáveis e sustentáveis.
Gestão de produção:
Supervisão da linha de produção para garantir que os padrões de qualidade sejam mantidos.
Coordenação das atividades de produção, desde a aquisição de matérias-primas até o produto final.
Sustentabilidade:
Desenvolvimento de práticas sustentáveis na produção de alimentos, minimizando o impacto ambiental.
Promoção do uso eficiente de recursos naturais e redução de desperdícios.
Desafios nas regiões interiores
Apesar da sua importância, os engenheiros de alimentos enfrentam diversos desafios, especialmente nas regiões interiores:
Escassez de oportunidades de emprego:
Nas regiões afastadas dos grandes centros urbanos, há menos indústrias alimentícias, resultando em uma menor oferta de vagas para engenheiros de alimentos.
A concentração de oportunidades nas grandes cidades dificulta a inserção destes profissionais no mercado de trabalho interiorano.
Infraestrutura limitada:
A infraestrutura industrial nas regiões do interior pode ser insuficiente, dificultando a implementação de processos produtivos avançados.
A falta de acesso a tecnologias modernas das indústrias da região limita a capacidade de inovação e desenvolvimento de novos produtos.
Desvalorização financeira:
Quando encontram oportunidades de emprego no interior, muitos engenheiros de alimentos enfrentam a desvalorização financeira.
Salários mais baixos e a falta de benefícios adequados desmotivam os profissionais a permanecerem nessas regiões.
Retenção de talentos:
A fuga de talentos para grandes centros urbanos, onde há mais oportunidades e melhores condições de trabalho, é um problema constante.
A dificuldade em atrair e reter profissionais qualificados impacta negativamente a competitividade das indústrias locais.
Falta de Apoio do Conselho de Engenharia:
O conselho de engenharia muitas vezes não inclui capacitação e ferramentas específicas para ajudar engenheiros de alimentos no mercado de trabalho.
A prioridade muitas vezes é dada à Engenharia civil, que é a mais antiga e conhecida, deixando as outras engenharias com menos suporte e recursos.
Falta de concursos públicos
A ausência de concursos públicos em órgãos federais como ANVISA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), vigilâncias sanitárias municipais e estaduais, entre outros órgãos, limita ainda mais as oportunidades de emprego para os Engenheiros de Alimentos.
A falta de vagas no setor público dificulta a inserção desses profissionais em carreiras estáveis e de importância crucial para o desenvolvimento de novos produtos, saúde pública e segurança de alimentos.
Resumo: O Engenheiro de alimentos desempenha um papel vital na garantia da qualidade, segurança e inovação dos produtos alimentares. No entanto, a busca por oportunidades de emprego nas regiões interiores continua sendo um desafio significativo. Para que esses profissionais possam contribuir plenamente para o desenvolvimento da indústria alimentícia em todo o país, é necessário que governos e empresas valorizem o espaço de atuação desses profissionais, com o devido reconhecimento financeiro. Além disso, o conselho de engenharia precisam ampliar seu apoio, de modo a fortalecer sua presença nesse setor que é tão importante. Ainda, a realização de mais concursos que incluam esses profissionais também é crucial para aumentar oportunidades de emprego e garantir que haja a devida valorização da classe em todas as regiões.